A "Árvore Frankenstein", também chamada de árvore dos quarenta frutos, é uma criação natural que nasceu como manifestação artística em prol da conservação ambiental e como um compromisso científico.
Embora seja popularmente conhecida como árvore de Frankenstein, sua aparência é muito mais bonita do que a do terrível monstro nascido da mente de Mary Shelley. A verdade é que esta espécie não tem nome próprio, é simplesmente chamada de “árvore dos 40 frutos”.
A ideia foi concebida em 2008 por Sam Van Aken, professor de artes da Universidade de Syracuse, no Estado americano de Nova Iorque. O objetivo do escultor era criar uma obra que transcendesse a arte, a agricultura e a conservação.
A escolha do número 40 não é aleatória. Segundo Van Aken, foi escolhido porque nas religiões ocidentais é utilizado como um número inquantificável, sinônimo de multidão. Portanto está relacionado a um dos motivos pelos quais ele, um professor de artes nascido em uma fazenda familiar, iniciou este projeto: aumentar a conscientização sobre a perda de diversidade nos alimentos.
“Há 100 anos, nos Estados Unidos se cultivavam 2.000 variedades de pêssegos, quase 2.000 variedades de ameixas e quase 800 variedades de maçãs. Hoje, apenas uma fração destes permanece e estão ameaçados pela industrialização da agricultura, pelas doenças e pela mudança climática”, afirmou Van Aken.
Cada árvore frutífera foi reduzida a uma única espécie, que foi criada a partir de enxertos, técnica conhecida desde a antiguidade que consiste em fazer crescer um fragmento de uma planta no tronco de outra, garantindo que os tecidos de ambas se unam no ponto de união e, como consequência, o enxerto pode se desenvolver absorvendo nutrientes indiretamente.
Este árbol "Frankenstein" puede producir hasta 40 frutos distintos.
— La Tercera Video (@LaTerceraTV) May 30, 2022
Un profesor en Estados Unidos, desarrolló a través del injerto tradicional, un árbol que puede dar en distintas temporadas, duraznos, ciruelas y damascos, en otras variedades. pic.twitter.com/BhDbxwWlrB
O resultado é uma árvore que pode produzir flores e frutos de tantas variedades quantos enxertos puderem ser feitos e que também tem outras funções. Por um lado, perpetuar e ampliar as variedades de frutos mais palatáveis, produtivos ou resistentes e, por outro, que cumpram uma função adaptativa: já que é o tronco que está em contato com o solo.
Demorou vários anos para produzir cada uma destas árvores: os enxertos são feitos na primavera, mas é preciso esperar um ano inteiro para verificar se o processo deu certo, dois ou três, para que comecem a dar frutos, e até oito para completar uma árvore com 40 frutos.
As árvores cultivadas pelo professor Van Aken pertencem ao gênero Prunus, que inclui, entre outras espécies, pessegueiros, ameixeiras, cerejeiras e damasqueiros; cada um deles com centenas ou milhares de variedades.
Durante grande parte do ano, elas se parecem com qualquer outra árvore, mas quando chega a primavera elas florescem em vários tons de branco e rosa. O maior espetáculo acontece no verão, quando as flores dão lugar a 40 variedades diferentes de pêssegos, ameixas, cerejas, nectarinas e damascos.